InDrive cresce no Brasil com viagens até 20% mais baratas que Uber e 99
24 Dezembro 2024Desde sua chegada ao Brasil em 2018, o aplicativo de transporte InDrive tem ganhado relevância no mercado nacional. Porém, foi a partir de 2022 que o serviço começou a chamar mais atenção ao propor um diferencial: o preço da corrida é negociado diretamente entre passageiro e motorista até que ambos cheguem a um acordo.
Atualmente, o mercado de transporte por aplicativos no Brasil é amplamente dominado pela Uber e pela 99, cada uma contando com mais de 1 milhão de motoristas cadastrados. Apesar de ser o terceiro aplicativo mais baixado no país tanto na Play Store quanto na App Store, segundo dados da Sensor Tower, o InDrive não revela o número de motoristas cadastrados em sua plataforma. A empresa apenas informa que houve um crescimento de 50% no número de trabalhadores entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023.
Diferença na precificação e remuneração dos motoristas
O principal atrativo do InDrive está em sua estrutura de precificação. O aplicativo cobra uma taxa fixa de 10% sobre o valor das corridas, o que o diferencia dos concorrentes. A Uber, por exemplo, afirma que seus motoristas ficam com “a maior fatia” do valor da corrida, mas não especifica uma porcentagem exata. Já a 99 adota uma política de compensação para que a taxa média não ultrapasse 19,99%.
Além dessas opções privadas, em São Paulo, a prefeitura oferece o MobizapSP, um aplicativo que também cobra 10% sobre o valor da corrida, proporcionando uma alternativa adicional para motoristas e passageiros.
De acordo com o site oficial do InDrive, as corridas mediadas pelo aplicativo são, em média, 20% mais baratas. Segundo o CEO da empresa, Arsen Tomsky, essa redução nos custos é possível porque a plataforma investe menos em publicidade, priorizando um modelo mais enxuto.
Desafios para motoristas
Embora o modelo do InDrive ofereça maior transparência e proporcione uma remuneração proporcionalmente melhor, motoristas entrevistados afirmaram enfrentar desafios ao usar o aplicativo. Um dos principais obstáculos é a dificuldade de negociar preços com passageiros enquanto dirigem, o que desestimula a utilização do serviço.
Além disso, não há dados públicos sobre os ganhos totais dos motoristas cadastrados no InDrive, o que torna difícil avaliar a viabilidade financeira do aplicativo para os trabalhadores.
Ganhos médios no setor de transporte por aplicativos
Segundo uma pesquisa realizada pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em parceria com a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), a renda média dos motoristas de aplicativos no Brasil varia entre R$ 2.925 e R$ 4.756 para jornadas semanais de 40 horas. No entanto, essas médias podem variar dependendo da plataforma utilizada, da localização e da demanda em diferentes regiões.
Apesar do crescimento do InDrive no Brasil e de sua proposta de oferecer corridas mais econômicas, o mercado segue competitivo e desafiador, especialmente em um cenário dominado por grandes players como Uber e 99.