Tendências de Viagem que Definirão 2025

Tendências de Viagem que Definirão 2025

15 Janeiro 2025 Não Por Henrique Costa

O ano novo chegou, e os viajantes já estão planejando suas aventuras para 2025. Dados de diversas fontes indicam que os próximos 12 meses prometem ser especialmente movimentados para os amantes de viagens.

De acordo com a edição de inverno do Portrait of American Travelers, publicado pela associação de marketing de viagens MMGY, 8 em cada 10 adultos nos Estados Unidos pretendem tirar férias no próximo ano, representando um aumento de 7% em relação aos dados do estudo de inverno anterior.

Além disso, os norte-americanos planejam viajar com mais frequência em 2025, realizando, em média, pouco mais de quatro viagens por pessoa.

Esse aumento na demanda por viagens é apenas uma parte do cenário da indústria para 2025.

Mas, afinal, como será o turismo no próximo ano? E, mais especificamente, quais tendências devem marcar o setor em 2025?

Será que o “slow travel” continuará a ganhar força como uma abordagem popular para explorar novos destinos? A tendência de planejar férias com base em locações de filmes e séries perderá força? E quais novas práticas de planejamento de viagens podemos esperar?

Para responder a essas perguntas, especialistas de diferentes áreas do turismo compartilharam suas previsões. Confira o que está por vir.

VIAGENS SOLO FEMININAS

Leigh Barnes, presidente da Intrepid Travel

A tendência massiva de viagens solo femininas é impulsionada por um aumento no número de mulheres que buscam independência, segurança e conexões culturais mais profundas por meio de experiências estruturadas e aventureiras, destaca Barnes.

Globalmente, as mulheres representam 80% dos viajantes solo — e esse número chega a 82% nos pacotes da Intrepid —, o que reflete o desejo crescente por viagens significativas que promovam empoderamento e conexão.

As expedições femininas da Intrepid, por exemplo, registraram um impressionante crescimento de 86% em comparação ao ano anterior. Esses pacotes oferecem acesso exclusivo a espaços e experiências destinados apenas a mulheres, muitas vezes inacessíveis em viagens mistas.

“É sobre empoderamento por meio da aventura, segurança sem abrir mão de experiências transformadoras, que deixam as mulheres inspiradas, e não apenas impressionadas”, explica Barnes.

FUGA DOS DESTINOS LOTADOS

Evitar o turismo excessivo e explorar lugares “não tão famosos” tem levado gerações mais jovens, como os millennials e a Geração Z, a buscar aventuras fora dos roteiros tradicionais.

Segundo um estudo da Intrepid, 70% dos jovens de 18 a 35 anos e 61% dos adultos nos EUA preferem destinos menos conhecidos, rejeitando pontos turísticos lotados e clichês de listas de desejos, em favor de experiências autênticas e únicas.

A Intrepid criou a “Not Hot List” para atender a essa demanda, destacando joias subestimadas, como a Guiana — o país menos visitado da América do Sul — ou Oslo, na Noruega, que se destaca frente a outras cidades escandinavas mais populares.

Redirecionar o turismo de locais superlotados para regiões emergentes ajuda a reduzir a pressão sobre os destinos tradicionais, enquanto fomenta o crescimento econômico e a preservação cultural em áreas que mais recebem os visitantes de braços abertos.

“Viagens para esses destinos emergentes oferecem experiências livres dos impactos negativos do overtourism — sem taxas adicionais ou moradores frustrados —, permitindo conexões mais profundas com as comunidades e suas histórias”, acrescenta Barnes.

Com 80% dos turistas visitando apenas 10% do mundo, a Not Hot List é mais que uma alternativa; é um convite para repensar como e onde viajamos.

“Encorajando curiosidade, sustentabilidade e trocas culturais, essa tendência transforma a experiência de viagem e torna o turismo uma força positiva para mudanças globais — um destino menos conhecido por vez”, conclui Barnes.

VIAGENS COM PROPÓSITO

Jake Haupert, presidente do Transformational Travel Council

Em 2025, mais viajantes adotarão o turismo como uma prática de estilo de vida orientada por resultados, compara Haupert. Assim como yoga ou meditação, as viagens serão vistas como uma ferramenta para melhorar o bem-estar físico, emocional e espiritual.

“Neste ano, os viajantes terão um novo entendimento sobre o potencial das viagens para o crescimento e a cura, focando mais no ‘por quê e como’ do que no ‘o quê e onde’, o que ajuda a descobrir propósitos e traz uma mentalidade de crescimento para suas jornadas”, explica Haupert.

Esse movimento, que migra da economia de experiências para a economia de transformações, promove benefícios mais profundos e duradouros. Não se trata apenas de adquirir habilidades ou mudar perspectivas, mas de encontrar mais conexão, tranquilidade, clareza e confiança na vida cotidiana, sugere Haupert.

Empresas e destinos turísticos que adotarem estratégias de desenvolvimento de experiências alinhadas a essa demanda emergente terão maior sucesso.

As tendências de 2025 mostram que o turismo está evoluindo para atender às novas expectativas de um público cada vez mais consciente e exigente, transformando viagens em muito mais do que uma simples pausa na rotina.